Amigos, restaurantes e bares vivem um momento dramático. Muito prejuízo, muitas empregos perdidos. Sobre o assunto conversei com duas entidades que se complementam e que estão tendo atuação fundamental neste momento, ABRASEL e SINDIRIO.
Publico aqui uma breve entrevista com Pedro Hermeto, presidente da ABRASEL Rio de Janeiro e proprietário do restaurante Aprazível
Marcelo Copello: Qual a situação no momento, dos restaurantes e bares do Rio de Janeiro em meio a crise do Covid-19?
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Pedro Hermeto: É uma crise sem precedentes para os mais diversos setores da indústria de serviços. Mas creio que poucos mercados são tão afetados como o de bares e restaurantes. Atualmente, 100% das operações da cidade estão com as portas fechadas, atendendo às determinações do estado e município. Entre os nossos mais de 350 associados, estimamos que cerca de 50% estejam operando pelo sistema de delivery. É um impacto muito duro, já contabilizamos mais de 300 demissões.
MC: Como a ABRASEL vê o fechamento dos Bares e Restaurantes? Alguma proposta da entidade para este momento?
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PH: No momento, vemos como uma medida necessária, um remédio amargo, fruto de orientaçao das autoridades sanitárias. Estas são bem claras ao dizer que, enquanto a curva de contágio for crescente, não é comendável que bares e restaurantes abram as portas.
MC: O Governo está apoiando?
PH: Temos dialogado intensivamente com o poder público, em todos os níveis. Esperamos que, com a aprovação do STF ontem, relativa à edição da MP para liberação dos 36 bilhões de reais, de recursos do FAT, para que sejam pagos, a fundo perdido, dois meses de salários dos funcionários que recebem até 3 mil reais, os empresários do setor consigam sobreviver a este período. O setor depende de medidas como essa. Mas, como a crise não tem perspectiva de término, temos que pensar em alternativas a longo prazo.
MC: Para os donos e restaurantes, com decisões rápidas a tomar já (demitir e pagar salário), e funcionários que já deveriam receber salário nos próximos dias, há uma perspectiva de que esta ajuda do poder público saia rápido?
PH: Sim, nossa expectativa é que essa ajuda (sob a forma de uma MP) sai a qualquer momento, considerando que o STF, através do Min. Alexandre de Moraes, concedeu esta semana liminar favorável ao governo federal, que era condição necessária à edição da MP. A expectativa do setor, portanto, é que a ajuda saia o quanto antes.
MC-E há planos para o futuro? Quando tudo isso passar?
PH: Teremos que ser criativos na gestão dos recursos e, sobretudo, fortalecer a nossa união enquanto categoria. Esta crise tem provado que é muito difícil conseguir apoio e recursos agindo sozinhos. O setor terá que se aproximar ainda mais para encarar o cenário pós-crise. Não será nada fácil, mas aposto na perseverança e resiliência dos empresários e de todos os que formam o nosso mercado.