Para cada Champagne um Chopin
Por Marcelo Copello
Hoje, 1 de março, é o aniversário de nascimento de Frédéric Chopin. Hoje meu compósito predileto, maior poeta do piano, arquétipo do artista romântico, faria 211 anos. Para comemorar a data, nada melhor que Champage
Champagne e Chopin partilham de vários traços semelhantes. São ao mesmo tempo populares e clássicos, simples e sofisticados. Ambos são essencialmente delicados, diretos, emocionais, sinceros e transcendem tecnicalidades.
Chopin compôs em diferentes formatos, como noturnos, prelúdios, polonesas, valsas, improvisos e scherzos. O Champagne também se apresenta sob diversas formas e para cada uma sugerimos uma obra Chopin:
Champagne NV ou sans anée, o Champagne sem safra, de festa, alegre e fresco. Para este que tal um Chopin em tom maior, de melodia ascendente, como a Grande Valsa Brilhante op. 18?
Blanc de Noirs – feito unicamente com uvas tintas, Pinot Noir e/ou Pinot Meunier, normalmente estruturado e sério. Sugiro um Chopin firme, substancioso e patriótico, como a Polonaise Heróica, op. 53.
Blanc de Blancs - feito unicamente com a uva branca Chardonnay, normalmente mais delicado, elegante e aristocrático. Este será um bom momento para a perfumada e sofisticada Fantasia-Improviso op. 66.
Rosé – o Champagne cor de rosa, com o charme de sua cor, maior cremosidade e versatilidade à mesa. Porque não um Chopin irresistivelmente popular e untuoso, como o Noturno op. 9 nº 2?
Dosage Zero ou Nature– sem açúcar, totalmente seco. Pureza, força, complexidade, expressão mais clara de seu terroir (sem a “maquiagem” do açúcar), são qualidades inerentes a um bom Nature. Experimente com a Baladas nº 1, dramática, poderosa, complexa, uma seqüência de estados psicológicos.
Millésime – o Champagne em seu ápice, só elaborado em grandes anos, de grande estrutura e longevidade, que pede uma obra de envergadura, como a Fantasia op. 49, obra monumental, para muitos a obra prima do compositor.