Por Marcelo Copello
Por sua localização geográfica, próxima a fronteira da França com Bélgica e Alemanha, a região de champanhe sofreu muitas guerras. O local foi ocupado várias vezes por combatentes e o nobre vinho serviu para revigorar muitos soldados nos campos de batalha. O folclore conta que, nos tempos de Napoleão, galantes oficiais da cavalaria comemoravam suas vitórias ainda nos campos de luta sem apear de seus cavalos. Por isso, quebravam os gargalos das garrafas com seus sabres. Há quem diga, também, que a prática nasceu com os hussardos do czar quando os russos derrotaram as tropas de Napoleão e ocuparam a região.
Esta é a lenda que se conta. Li recentemente uma outra versão, no excelente livro “Champagne”, de Don & Petie Kladstrup. Segundo Don & Petie, um contingente de soldados Bávaros, invadiu em cerca de 1810, as caves do Champagne Jacquesson (um de meus prediletos) mas não conseguiu abrir as garrafas.
O motivo era simples, Adolphe Jacquesson, um dos mais engenhosos pioneiros da Champagne, estava aperfeiçoando o que chamamos hoje de grade, aqueles arames de metal que lacram as garrafas de champagne, mas que na época não eram ainda conhecidos. Frustrados, os bávaros simplesmente as quebraram na altura do gargalo e beberam o que puderam.
A prática de abrir garrafas de espumante usando um sabre, ou outro tipo de espada, ainda é muito usada em ocasiões festivas. Não é difícil adquirir sabres feitos especialmente com esta finalidade. Em alguns restaurantes o sommelier terá prazer em demonstrar a tradição secular. Você mesmo, sem muita prática, pode abrir seu champanhe com este charme a mais.
Já faço a sabragem em eventos há muitos anos, vejam no Youtube um vídeo, trecho de meu antigo programa de TV, onde mostro o passo a passo da sabragem: