Acho que nunca uma garrafa de vinho deste nível ficou tão pouco tempo comigo, comprei havia 2 horas na Flatiron em NYC por US$ 150 e já estava aberta, acompanhando costeletas de cordeiro. Tenho por exemplo uma garrafa deste mesmo vinho safra 2000, que está em minha adega, tem já uns 10 anos.
1970 foi uma safra excepcional em Bordeaux e em várias outras regiões ao redor do mundo, como a Rioja. 70 em Bordeaux foi uma safra longeva de taninos firmes. Os vinhos até hoje, depois de 45 anos, estão com taninos bem nervosos. Em algumas verticais que já fiz de grandes Bordeaux as cegas, de Mouton e Palmer por exemplo, os 1970 se confundem facilmente com safras 10-15 anos mais novas. Esta garrafa revelou um líquido em tons granada, quase escuro. Aroma intenso, já com boa evolução da idade, notas de couro, musgo, frutas secas, grafite (não o decantei, não havia um decanter disponível) e deixei que evoluísse na taça. O paladar é mais jovial que o nariz, com bom corpo, os típicos taninos desta safra, finos e ainda nervosos.
Château Giscours 1970
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