Este é o diário do meu naufrágio neste mar de vinho que é a Europa, onde morei entre 1998 e 1999. Os personagens principais deste relato são os vinhos, as cidades onde os bebi e as pessoas que as habitavam. Siga meu roteiro ou faça o seu. Pesquise sobre vinhos, turismo, se perca, ria muito e se ache.” (Marcelo Copello)
Apresentação
Prólogo
COMO NASCEU ESTE DIÁRIO?
Como um diário mesmo. Sou Analista de Sistemas por profissão e um apaixonado por vinhos, membro da ABS (Associação Brasileira de Sommeliers) e da AIS (Associazione Italiana Sommeliers).
Morei na Europa (Milão) à trabalho entre 1998 e 1999. Viajando quase sempre sozinho, usei um caderninho como companheiro de viagem. Também por falta de paciência de contar as mesmas histórias para várias pessoas resolvi escrevê-las e mandar para todos os amigos e família em capítulos via Internet. Isso me pouparia de responder centenas de vezes à perguntas do tipo “Como foi a viagem?”.
O texto agradou, o boca a boca funcionou e em pouco tempo estava com uma lista de 150 leitores assíduos, no Brasil, Itália, Suécia, EUA, Austrália, Portugal, França e Espanha.
Agora disponibilizo aqui a versão resumida (com material inédito) do diário.
Ai vai:
PREFÁCIO (Avião Rio - Milão 13/03/98)
Meus críticos (construtivos) estão me cobrando mais contexto no que escrevo. Pois bem, este é o relato da minha vida na Europa. Viajo à trabalho, se é que estar na Europa com tempo para viagens, vinhos, espetáculos e festas pode se chamar trabalho.
Cobram também um fio condutor em minha narrativa. Este fio será liquido. Os personagens principais desta historia serão os vinhos que beberei. Além disso os lugares que verei e as pessoas que conhecerei. Também não deixará de ser um verdadeiro diário com meus humores e as minhas reflexões.
Cobram também um objetivo, uma conclusão. Well, isso eu ainda não sei, ainda não sei aonde vou chegar. Provavelmente só saberei quando esta viagem acabar.
Meus críticos concluem que isto não é um “livro”. Ítalo Calvino responde melhor que eu: “(Um livro) é um espaço onde o leitor deve entrar, passear, tomara se perder, mas a um certo ponto achar uma saída, ou tomara várias saídas, a possibilidade de ele mesmo abrir uma estrada para sair”. Espero dar-lhes este itinerário.
A QUEM SE DESTINAM ESTES ESCRITOS
São para o Nababo amador, humanista profissional, e que ame as artes. E que ame também vinhos e gente (sem fazer muita distinção entre os dois). Que ame.
Me proponho a falar despretensiosamente de vinho, gente e arte. Coisas que amo, não necessariamente nesta ordem. Well, vinho e gente são a mesma coisa, vocês vão ver. Arte, well arte...
ARTE
Assim como o amor é o absoluto. E não se mensura ou compara o absoluto. Tem um sentido em si mesmos. Não podem ser racionalizados. Teorizações podem até ser interessantes mas são inúteis. Num mundo "útil" amor e arte não existiriam.
Alguns vinhos chegam a ser obras de arte, e as pessoas, como diria Nietzche:
“O homem não é mais artista, ele é a própria obra de arte”.