Por Marcelo Copello, do livro Vinho & Algo Mais (Editora Record, 2004)
Como cantou Chet Baker, “I fall in love to easily, I fall in love to fast”...
Meu primeiro romance foi com Mademoiselle Beaujolais. Sem cobranças nem perguntas, apenas diversão, bebi boas risadas em sua leve futilidade. Mas aquilo não era para durar mesmo. Sinatra entoaria, “It was just one of those things. It was too hot not to cool down”.
Foi então que conheci La Romanée. Mal acreditei quando seu olhar sedutor se dirigiu a mim. Muita areia pro meu caminhãozinho. Cantando “Lucky to be me”, megulhei em uma experiência única, tão intensa quanto complexa. Porém, nenhum mortal pode querer La Romanée para sempre e logo fui trocado por alguém mais rico. Afoguei a tristeza em água, sem gás. Old blue eyes diria: “I'm a fool to want you”.
Devo muito a uma Grand Dame da sociedade, efervescente de alegria, que me adotou como seu enfant gâté e me devolveu o prazer de viver. Foram incontáveis festas, com incontáveis brindes. Um jorro de glamour ao som de “I get a kick out of you”.
Hoje não importa origem, idade ou cor. Cada gole é um beijo, com gosto ao mesmo tempo de primeiro e de último, pois, de tanto torcer e esticar meu coração, me apaixonei pela paixão.