Para se despedir do inverno que acaba hoje, que tal um Fondue?
Em um jogo de associação de palavras seria natural a seqüência: inverno –> frio -> vinho -> fondue!
Fondue é mais que um prato, é um verdadeiro ritual e o vinho é parte inseparável desta liturgia. E se é inimaginável fondue sem vinho, qual então é o vinho ideal?
Antes de prosseguir é bom explicar que esta receita nasceu na Suíça francesa e a palavra “fondue” é feminina (logo é “a” fondue e não “o” fondue”) e significa “fundida” ou “derretida”. A receita mais antiga desta “massa fundida” encontra-se em um livro de cozinha escrito em Zurique em 1699. Existem várias versões da origem da fondue, a mais aceita se situa na Idade Média, cerca de sete séculos atrás, nos Alpes da Suíça, como conseqüência de uma superprodução de queijos. Os produtores para melhor conservarem o queijo à espera de uma nova temporada derreteram “fortificaram” a massa com kirsch (destilado de cerejas), que assim, depois de re-enrijecida pelo frio duraria mais. No meio desta experiência, então inédita, um cidadão que mereceria uma estátua no centro de Genebra se seu nome não tivesse sido injustamente esquecido pela história, espetou um pedaço
de pão em haste para provar a poção e… voilà, nasceu o fondue!
Para a fondue original, de queijo, a combinação clássica, que usam na Suíça e na Alemanha, é um vinho branco leve, da uva Chasselas (Suíça) ou da uva Riesling (Alemanha). No Brasil, pela minha experiência, o pessoal prefere um branco mais encorpado, do novo mundo, da uva Chardonnay, por exemplo.
Para a fondue de carne a escolha é sem dúvida um tinto, que deverá ser tão encorpado quanto o tipo de molho que você servir.
Se a fondue é de chocolate, a opção mais garantida é um vinho do Porto do tipo LBV.