Por Marcelo Copello
Com nome de craque de futebol, Djalman Santos é um Carioca do bairro de Guadalupe, de origem humilde, filho de uma lavadeira, que hoje é o midas das adegas climatizadas.
Ele começou no ramo de refrigeração ainda garoto, há quase 50 anos. Trabalhou com grandes nomes da engenharia e arquitetura, como Sérgio Motta e Cláudio Bernardes, com passagens pela indústria aeronáutica, refrigeração de aviões, e até os sorvetes do McDonald’s e Bob’s, estão no seu vasto currículo.
Como especialista em refrigeração, um belo dia ele foi convocado para “concertar” um projeto problemático. Chegando lá descobriu que se tratava de uma adega (algo que nunca tinha feito), e não uma adega adega, mas sim a de José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni, grande colecionador de vinhos raros. “Isso faz uns vinte e cinco anos. Ficamos amigos e ele me recomendou para muita gente”, conta Djalma. Hoje nove entre dez celebridades, artistas e grandes empresários no Rio de Janeiro e outras capitais têm adegas assinadas por Djalma.
Seu forte sempre foram adegas particulares. “Infelizmente estes clientes pedem que seus nomes não sejam publicados”, insiste. Djalma, porém, tem também uma bela lista de restaurantes e hotéis em seu portfolio, nomes como: Fiammetta, Lorenzo Bistrô, Casa Carandaí, Antiquarius, Hotéis Windsor, Salitre Barra, Rufino’s, Baby Beef Premium, Cantaloup (SP), Depósito Gourmet, Bistrô Ouvidor e Locanda della Mimosa.
Djalma sempre viveu só de boca a boca, mas agora, finalmente, lançou um site – www.djadegas.com.br. Ele está implantando novos sistemas em alguns de seus clientes com os quais é possível controlar pela internet a climatização da adega e cada garrafa pode ser também eletronicamente monitorada, através de um micro chip, que avisará caso ela seja movimentada.
Djalma desenvolveu também um sistema ecologicamente correto que chega a reduzir em até 70% o consumo de energia em adegas, e em até 30% em aparelhos de ar condicionado. Em um de seus clientes anônimos ele chegou a reduzir a conta de luz em R$ 30 mil ao ano.
Perguntado sobre qual o segredo para uma boa adega ele não pensou para responder: “bom isolamento térmico é tudo! E o principal material ainda são os diversos tipos e densidades de Poliestireno, o isopor”.
No ótimo papo que eu tive com este craque só achei um furo. Ele não toma vinho, seu veneno é o Chopp. E para completar o espanto, ele não tem adega em casa e só possui uma única garrafa de vinho, um presente de um cliente: um belíssimo tinto do Douro, o Chryseia 2011.
Leia também: A adega mais famosa do mundo