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Meus 10 coquetéis prediletos

Meus 10 coquetéis prediletos

25/11/2020

Marcelo Copello

Mundo do Vinho

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Por Marcelo Copello

Da série “nem só de vinho vive o homem” ou “meu fígado é total flex”.

Poucos sabem mas comecei minha relação com as bebidas como bartender em festas de amigos, em algum lugar do século passado. Aliás hoje não existem mais barmans ou bartenders, e sim mixologistas, certo?

Aos 18 eu já tinha um pequeno bar em meu quarto, na casa de meus pais, com uma bela coleção de garrafas, o vinho só entraria em minha vida depois, mas isso é outra história. 

Uma dica, meu site predileto de drinks é o www.punchdrink.com , é para beber com os olhos.

A pedidos listo aqui meus 10 coquetéis prediletos, com receitas do jeito que faço em casa, tudo bem simplificado:

MANHATTAN

Talvez o meu coquetel predileto. Dizem que o Manhattan nasceu como uma variação do Dry Martini, na qual o gim é trocado por bourbon e a azeitona, por uma cereja. A invenção teria acontecido no início do século XX no New York’s Manhattan Club, a pedido de Lady Randolph Churchill, mãe de Winston Churchill.

Aqui vai uma receita diferente, que fica espetacular se os ingredientes forem bons. Da receita clássica eu troco o vermouth por Jerez/Porto e acrescento o licor.

2 doses de whisky puro malte ou algum whisky que você goste
1 dose de Jerez Fino ou Vinho do Porto branco
¼ de dose ou algumas gotas de licor Frangelico (coloque pouco ou o resultado ficará doce demais)
algumas gotas de Angostura

Junte todos os ingredientes em uma coqueteleira com algumas pedras de gelo. Misture (não bata), coe servindo em uma copo de Martini. O clássico é decorar com uma cereja, o que eu nunca faço, pois raramente as tenho em casa.

KIR ROYAL

Coquetel predileto de Hercule Poirot, detetive mais famoso de Agatha Christie, o Kir teria sido criado em 1904 por um garçon de um café de Dijon. O drinque só ganharia fama, no entanto, décadas depois. Felix Kir foi prefeito de Dijon por 23 anos, de 1945 até sua morte em 1968. Este padre de evidente habilidade política, sabedor da baixa qualidade do vinho da aligoté, uva branca da Borgonha, prima pobre da chardonnay, e da grande produção de Cassis, que precisava ser escoada, passou a servir em suas recepções oficiais a mistura de ambos, que ganharia seu nome. 

Talvez até mais consumido que o Kir seja sua versão espumante, o Kir Royale. O preparo é muito simples. Em uma taça flute com açúcar cristal na borda, coloque meia dose de creme de cassis e encha de espumante bem gelado, sem misturar.

Em qualquer coquetel bons ingredientes são fundamentais, neste ainda mais. Dos espumantes dou preferência aos muito secos, jovens, frescos e de acidez alta. Para o Kyr Royal gosto dos espumantes 100% Pinot Noir ou dos da Bairrada, 100% Baga. No Creme de Cassis tenho uma marca predileta, a Briottet, compra-se na Decanter (www.decanter.com.br)

BLOODY MARY

O Bloody Mary teria surgido na Paris dos anos 20, quando os excessos eram a regra, com as noites alegres e manhãs nem tanto. O comediante George Burns, ídolo de quem fuma charuto, viveu por mais de 100 anos, costumava dizer: "Basta um drinque para me deixar mal, mas nunca sei se é o 13º ou o 14º". Ele certamente só sobreviveu aos anos loucos graças a vários copos de bloody mary. Esta espécie de antidrinque da manhã seguinte, que agrega pecado e redenção, combate fogo com fogo. A fórmula é simples: vodca, suco de tomate e infinitas discussões sobre quais seriam os temperos ideais, sendo os mais usados o limão, o molho inglês e vários tipos de pimenta. É para acordar qualquer papila gustativa que ainda esteja adormecida: o tomate é um notório tônico e a vodca dá ao metabolismo a ilusão de que a festa continua, o que para alguns pode ser verdade.

Minha receita:

Em um copo alto com gelo colocar:

2 doses de Vodca (gosto da Belvedere ou da Cîroc)
Suco de 1 limão
Molho Inglês - 1 colher de sobremesa de
Tabasco – algumas gotas
Merken (páprica defumada), caso não tenha use pimenta do reino
Sal – uma pitada
Açúcar – uma pitada
Complete com suco de tomate
O clássico é decorar com aipo/salsão, mas prefiro pepino (para decorar e para comer também), se for um picles melhor ainda.

NEGRONI

Gosto de coquetéis amargos. De preferência use o Campari e o Martini originais italianos.

- 1 dose de gin (uso o Plymouth)

- ½  dose de Campari

- ½ dose de Martini Rosso

- Uma rodela de laranja

- Eu coloco também algumas gota de limão

Basta misturar tudo em uma coqueteleira com gelo e servir em um copo baixo (com o gelo)

PIÑA COLADA

Nada mais caribe e beira de piscina que aquele copo longo com o mini-guarda-chuva e pedaço de abacaxi decorando. A receita é simples:

1 dose de rum branco
3 doses de suco de abacaxi (o de caixinha vai bem, se for o natural precisa ser bem coado)
1 dose de leite de coco
1 dose de leite condensado
1 dose de Malibú (licor de coco) – este ingrediente é por minha conta, não é da receita clássica

Bater tudo em com gelo em uma coqueteleira e servir em como alto com uma rodela de abacaxi para decorar e, se tiver à mão, o mítico guarda-chuva pra enfeitar

ANGOSTURA E LIMÃO

Não sei se este coquetel tem nome, mas quanto em casa quero algo rápido, simples e leve opto por este. Em um copo alto com gelo coloco água gasosa, suco de meio limão e algumas gotas de Angostura. É uma espécie de limonada temperada.

CAMPARI E LARANJA

Quanto estou um bar com poucas opções, ou opções que não me agradam este coquetel é sempre um porto seguro. Campari gelo rodelas de laranja (ou limão). A receita mais famosa é Campari com suco de laranja, eu prefiro apenas as rodelas, sem o suco, e bastante gelo.

PISCO SOUR

Em minhas viagens ao Chile sempre que tenho uma brecha encaixo um destes na agenda de degustações. Em casa no Brasil também tenho sempre uma garrafa do excelente Pisco Waqar no bar.

Coloque em uma coqueteleira:

2 doses de Pisco
1 dose de suco de limão
1 clara de ovo
1 colher de sobremesa de açúcar
várias pedras de gelo

Bata tudo e sirva coando em uma taça de Martini com açúcar cristal na borda. Impossível beber um só.

WHISKY SOUR

A base alcoólica predileta de meus coquetéis é whisky, naturalmente então gosto do Whisky Sour, que é um irmão do Pisco Souer e primo da Caipirinha

Molhe a borda de um copo baixo de whisky em suco de limão e passe no açúcar. 

Em uma coqueteleira misture:

2 doses de whiskey (aqui gosto de usar Jack Daniels)
1 dose de suco de limão
1 colher de sobremesa de açúcar
1 clara de ovo (isso não é da receita clássica, mas dá cremosidade à mistura)

Misture, coe e sirva com gelo

OLD FASHIONED

Talvez o mais famoso coquetel com Whisky, o Old Fashioned, tem quase a mesma receita do Whisky Sour, mas sem o limão (e o ovo, que é por minha conta) e acrescentado Angostura

Em um copo baixo de whisky, com gelo, acrescente:

2 doses de whiskey (uso Jack Daniels)
1 colher de sobremesa de açúcar
Angostura, algumas gotas
Pode-se decorar com um casca de laranja ou limão

Leia também: Como combinar vinhos do Porto com alimentos

Marcelo Copello

Marcelo Copello


Marcelo Copello é um dos principais formadores de opinião da indústria do vinho no Brasil, com expressiva carreira internacional. Eleito “O MAIS INFLUENTE JORNALISTA DE VINHOS DO BRASIL” pela revista Meininger´s Wine Business International, e “Personalidade do Vinho” 2011 e 2013 pelo site Enoeventos.

Curador do RIO WINE AND FOOD FESTIVAL, e Publisher do Anuário Vinhos do Brasil, colaborador de diversos veículos de imprensa, colunista da revista Veja Rio online. Professor da FGV, apresentador de rádio e TV, jurado em concursos internacionais de vinho, como o International Wine Challenge (Londres). Copello tem 6 livros publicados, em português, espanhol e inglês, vencedor do prêmio Gourmand World Cookbook Award 2009 em Paris e indicado ao prêmio Jabuti.

Especialista no mercado e nos negócios do vinhos, fazendo palestras no Brasil e no exterior, em eventos como a London Wine Fair (Londres). Copello é hoje um dos palestrantes mais requisitados. Para saber mais sobre as palestras e serviços de Copello clique AQUI

  

Contato: contato@marcelocopello.com