Por Marcelo Copello
Não basta ter um dos melhores vinhedos do mundo para produzir um bom vinho. A natureza não faz o serviço sozinha, é preciso gente boa no comando. Isso fica claso na história de um boa maiores vinhos da Borgonha, o Clos des Lambrays.
Localizado em Morey-st-Denis, na região Côte de Nuits de Borgonha entre Dijon e Beaune, Clos des Lambrays remonta ao século 14, e foi citado pela primeira vez em atos de Cister Abbey em 1365.
Durante cerca de 40 anos um proprietário negligente, Renée Cosson, deixou a Domaine des Lambrays mal cuidada e os vinhos foram caindo de qualidade, até sua venda para Fabien and Louis Saier e chegada de um novo gerente, Thierry Brouin em 1980.
Brouin pilotou o renascimento deste grand cru, que começou com o replantio de uma boa parte dos 8,84 hectares de vinhedos deste Clos*, que é praticamente um Monopole**. A Domaine Taupenot Merme, possui ínfimos 0.18ha dentro do Clos de Lambrays e faz cerca de 200 garrafas ao ano, memos que uma barrica (enquanto a Domaine des Lambrays produz cerca de 30 mil garrafas/ano).
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*Clos = propriedade protegida por muros.
**Monopole = vinhedo controlado por um único proprietário.
Os solos pedregosos e avermelhados do Clos são ricos em oxido de ferro, e proporcionam vinhos elegantes, frescos, exuberantes, muito minerais e talvez menos musculosos que o famoso vizinho Clos de Tarte.
A propriedade foi recentemente comprada pela gigante LVMH por cerca de 100 milhoes de euros, ou seja, cerca de 11 milhoes de euros por hectare.
Tive o provilégio de visitar a Domaine e conversar com Thierry Brouin, hoje um dos mais respeitados enólogos da Borgonha.