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 Anatomia de um autêntico vinho rosé

Anatomia de um autêntico vinho rosé

09/11/2016

Marcelo Copello

Mundo do Vinho

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Por Marcelo Copello

Em recente viagem a Provence pude conversar com Jean-François Ott, que está a frente do maior ícone dos vinhos rosés no mundo, a Domaines Ott. Ele me contou detalhes super interessantes de como são feitos seus míticos vinhos cor de rosa. Vejam:

Existem dois processos básicos para elaboração de rosados. O mais comum em todo o mundo é a chamada sangria. Este método consiste em "sangrar" um tinto, ou separar um pouco do mosto de um tinto ainda tomando cor, para produzindo de um lado rosado e de outro um tinto mais escuro e concentrado. O outro e mais nobre método é o de pressurage direct, no qual desde o vinhedo o objetivo é fazer um rosado. Este é o método obrigatório para os rosados da Provence. Fazer um rosé desde o vinhedo é um processo completamente diferente de fazer um vinho tinto. Vajamos as diferenças:

- As uvas tintas para elaboração de rosados precisam ser colhidas antes.

- Buscam castas e clones que proporcionem bagos maiores (quanto maior o bago menos cor no vinho).

- Buscam plantar em solos mais férteis, para que os bagos sejam maiores.

- As folhas são manejadas para proteger bagos do sol (o oposto dos tintos).

- Tiram a grama e ervas do vinhedo para não haver competição pela água, de modo que os cahos e bagos sejam maiores.

- Preferem produzir mais uvas por hectare (rendimentos altos) e depois pressionar menos, obtendo um menor rendimento na prensa, extraindo menos cor. Para cada 170 kg de cachos são obtidos 100 litros de vinho.

- Colheita e seleção são manuais, pois as uvas precisam estar muito sadias e frescas.

- As uvas são prensadas com 100% de engaços, pois os engaço protegem as películas, de modo a extrair menos cor.

- Primeiramente extraem um "mosto flor", sem prensa. O líquido escorre naturalmente pelo peso dos próprios cachos. Este será o melhor vinho.

- Depois fazem uma 1a prensagem delicada, de 2 horas. Todo o vinho que sobra é descartado e vai para destilação.

- Coeur de Grain (coração do grão) é como chamam a parte do meio da uva, a mais nobre, que vai para os melhores vinhos e que sai no mosto flor.

- As fermentações são curtas, entre 8-15 dias (em tintos pode passar de 1 mês).

Leia também: Mulheres preferem vinho tinto

Marcelo Copello

Marcelo Copello


Marcelo Copello é um dos principais formadores de opinião da indústria do vinho no Brasil, com expressiva carreira internacional. Eleito “O MAIS INFLUENTE JORNALISTA DE VINHOS DO BRASIL” pela revista Meininger´s Wine Business International, e “Personalidade do Vinho” 2011 e 2013 pelo site Enoeventos.

Curador do RIO WINE AND FOOD FESTIVAL, e Publisher do Anuário Vinhos do Brasil, colaborador de diversos veículos de imprensa, colunista da revista Veja Rio online. Professor da FGV, apresentador de rádio e TV, jurado em concursos internacionais de vinho, como o International Wine Challenge (Londres). Copello tem 6 livros publicados, em português, espanhol e inglês, vencedor do prêmio Gourmand World Cookbook Award 2009 em Paris e indicado ao prêmio Jabuti.

Especialista no mercado e nos negócios do vinhos, fazendo palestras no Brasil e no exterior, em eventos como a London Wine Fair (Londres). Copello é hoje um dos palestrantes mais requisitados. Para saber mais sobre as palestras e serviços de Copello clique AQUI

  

Contato: contato@marcelocopello.com