Por Marcelo Copello
Ela é a protagonista de um dos maiores e mais caros vinhos do mundo. Está presente no corte dos Premier Grand Cru Classé de Bordeaux, gera vinhos interessantes na Toscana e Nordeste da Itália e também na Califórnia. No Brasil, foi a única autorizada a produzir varietais dentro da Denominação de Origem Vale dos Vinhedos. É versátil: fácil de tomar, no copo, e capaz de harmonizar com vários tipos de preparo, à mesa. Apesar de todas estas características positivas, ela não costuma ser a primeira opção de vinhos da grande maioria dos consumidores do planeta. Estamos falando da Merlot, uma das principais uvas de Bordeaux e do mundo.
A origem da Merlot está em Bordeaux. Ela ocupa mais da metade dos cerca de 120 hectares dos vinhedos regionais. Assim como a Cabernet Sauvignon, um de seus pais é a Cabernet Franc. Na margem esquerda, ela participa, como segunda uva, do corte dos vinhos onde a rainha é a Cabernet Sauvignon. Já na margem direita, a Merlot brilha em vinhos como o Château Petrus, o grande rótulo de Pomerol, e participa, de maneira significativa, dos vinhos de Saint-Émilion, como o Château Cheval Blanc e o Château Ausone. Pode-se dizer que se a Cabernet Sauvignon é a rainha de Bordeaux. E a Merlot, a princesa. A Merlot pode ser colhida e vinificada de maneiras diferentes. Isso gera, também, estilos diferentes de vinhos.
No estilo Velho Mundo, a Merlot é colhida quanto mais cedo e vinificada de modo a gerar vinhos de coloração média, com frutado fresco, alguma nota vegetal no nariz. Em boca, esses vinhos revelam agradável frescor, corpo médio e bons taninos.
Outro estilo, que pode ser chamado de Novo Mundo ou internacional, começa com a colheita das uvas tardiamente, mais maduras. A elaboração acontece com macerações mais longas, para obter boa extração e gerar vinhos de cor mais intensa, aromas de frutas negras maduras ou em compota, notas de especiarias doces, chocolate, boca macia e aveludada, taninos muito redondos. O estilo adotado, por exemplo, por Michel Rolland.
Nos Estados Unidos, a uva protagonizou um boom na década de 1980, por seus vinhos sedosos e fáceis de beber. Os cultivos da casta se expandiram muito e a qualidade dos vinhos aca- bou variando. No filme Sideways, de Alexander Payne, produzido em 2004, nos Estados Unidos, o protagonista Miles faz uma ode à Pinot Noir e passa o filme criticando a Merlot. Segundo a imprensa americana, o filme contribuiu para uma queda nas vendas e no consumo de Merlot, na América. Merlove, do diretor Rudolf N. MacClain, foi uma resposta a Sideways, um documentário sobre a Merlot.
E como anda a Merlot pelo mundo? Na Califórnia, ela frutifica em áreas mais frias do Napa Valley e Monterrey. No Chile, a área plantada com Merlot correspondia, em 2012, a 11,6 mil hectares, 9% do vinhedo. Os vinhos de Merlot cor- respondiam a 12,7% do 1,3 milhão de hectolitros produzidos ali. “A produção de Merlot, nos últimos anos, se manteve estável, com um aumento de 6% na produção do último ano”, informa o enólogo Sergio Hormazabal B., presidente da Asociacion Nacional de Ingenieros Agronomos Enologos de Chile. A casta está plantada em áreas como no Vale de Colchágua, a 30 quilômetros do mar, nas áreas mais quentes de Casablan- ca e algumas zonas de montanha de Cachapoal e Maule.
Segundo Hormazabal, a Merlot é uma casta complexa. Necessita da acumulação de temperaturas, mas não suporta picos de elevação acima dos 30oC, 32oC, quando pode a sentar desidratação nos frutos. Ela também não amadurece bem em climas muito frios. E necessita de um bom amadu- recimento dos taninos e polifenóis, para desenvolver notas frutadas e de especiarias, nos vinhos, sem aromas herbáceos. “Quando se escolhe um terroir correto, o Merlot é um vinho muito sedutor, com fruta vermelha vibrante, uma deliciosa acidez e um excelente potencial de guarda”, diz o enólogo.
No Brasil, a Merlot se consolida, principalmente, na Serra Gaúcha. “A Merlot é uma uva superequilibrada”, afirma o enólogo Adriano Miolo, da vinícola homônima. “Numa vinha de solos mais férteis e clima úmido, consegue ter produções moderadas, maturações equilibradas e fruta sadia”, acrescenta. É por isso que, na Denominação de Origem Vale dos Vinhedos, ela foi eleita a principal e única uva tinta autorizada para elaboração de vinhos varietais. Adriano Miolo concorda que a Merlot é a melhor uva para a Serra Gaúcha. “Os seus vinhos têm sempre médios teores de álcool natural, bom equilíbrio ácido, pH em torno de 3.60, coloração profunda e intensa e taninos macios”, explica.
Na Itália, a Merlot é importante em regiões ao norte do país. Mas ela está plantada na maior parte das 20 regiões vitivinícolas italianas. Há vinhos importantes de Merlot no Friuli, Úmbria e Toscana. Nesta última região, a casta gera alguns dos chamados supertoscanos. Entre eles, o desejado Ornellaia Masseto.
Para o enólogo Michel Rolland, a Merlot está se recuperando no mundo. “Eu, por exemplo, estou fazendo um Merlot na Argentina, chamado Mariflor. Ele está sendo muito bem recebido. Mas há cinco anos isso seria impossível”, disse o enólogo. Segundo Rolland, a Merlot gosta de boa maturação. Ele emprega uma maceração longa, na produção dos vinhos com a casta, para obter boa extração
e bons taninos nos vinhos. O enólogo-consultor afirma ser necessário produzir vinhos de qualidade para “proteger” o nome Merlot. Ele acredita que, com a recuperação do prestígio da uva, em poucos anos será, inclusive, positivo ostentar a palavra Merlot nos rótulos de vinhos do Pomerol. Algo que o tempo, produtores e consumidores mostrarão.
Montiano 2010, Falesco, Lazio-Itália (Wine Brands, winebrands.com.br R$ 375).
Elaborado com 100% Merlot, com 12 meses em barricas novas de carvalho francês.
Cor rubi escura. Aroma fresco e elegante, com notas de frutas negras, amora e ameixa, violetas, tostados, baunilha, alcaçuz. Paladar de bom corpo, com taninos finos e secos, acidez equilibrada. Lembro bem da primeira vez que provei este vinho, uns 15 anos atrás, em uma visita ao Riccardo Cotarella, na Itália, ele veio com esta novidade, em estilo clássico, bem elaborado e elegante, um belíssimo Merlot.
Nota: 93 pontos
Bouza Merlot B9 2011,Bodega Bouza, Montevideo-Uruguai (Decanter, www.decanter.com.br).
Com 11 meses em barricas francesas. Rubi escuro violáceo. Aroma intenso e fresco de frutas bem maduras, ameixas, florais de violetas, madeira bem presente, com muitos tostados, baunilha, nota láctea. Paladar estruturado, taninos firmes, acidez equilibrada. Os indiscretos 16% vol. fazem com que tenha uma nota alcoólica no nariz e boca que nos lembra um fortificado. Imponente.
Nota: 91 pontos
Planeta Merlot 2010, Planeta, Sicilia-Itália (Interfood, www.todovino.com.br).
95% Merlot com 5% de Petit Verdot, amadurecido 1 ano em carvalho francês. Rubi escuro violáceo. Aroma rico, com notas de madeira , couro, alcaçuz, frutas bemmaduras, ameixas, amoras, notas balsâmicas, terra molhada, café, floral de violetas. Paladar de bom corpo, denso e macio,com taninos doces. Um Merlot rico, quente e macio, com ares mediterrâneos, excelente.
Nota: 91 pontos
Ronan by Clinet 2010, Chateau Clinet, Bordeaux-França (Vinos & Vinos, www.vinosevinos.com.br).
100% Merlot. Rubi violáceo escuro. Aroma encantador de frutas negras bem maduras, cassis, ameixas, cedro, madeira bem presente, tostados, tabaco, especiarias, alcaçuz, chocolate
Paladar de médio-bom corpo, com 14% de álcool, boa acidez, taninos finos ainda jovens, com mais estrutura que o 2009. Delicioso, beber ou guardar .
Nota: 91 pontos
Marques de Casa Concha Merlot 2011, Concha y Toro, Peumo-Chile (VCT Brasil, www.vctbrasil.com, R$ 107,90).
Rubi escuro violáceo. Aroma fresco e elegante, com frutas negras maduras, amoras, cerejas, madeira, musgo, tabaco, especiarias, alcaçuz. Paladar de bom corpo, taninos finos,entre secos e doces, acidez muito boa, 14,5% de álcool, conjunto com boa concentração de fruta aliada a vivacidade e frescor, que lhe dá classe e elegância. Belo vinho.
Nota: 90 pontos
Ronan by Clinet 2009, Chateau Clinet, Bordeaux-França (Vinos & Vinos, www.vinosevinos.com.br).
Elaborado com 100% Merlot. Vermelho rubi escuro com reflexos violáceos. Aroma intenso, frutado e fresco, com notas de cassis, pimenta, baunilha, tostados, nota mineral ao fundo. Paladar de médio-bom corpo,macio, textura aveludada, 14%de álcool, acidez boa, taninos doces, presentes. Ótima compra, tem o DNA da margem direira de Bordeaux, é ao mesmo tempo firme, fáci lde beber e com algum potencial de guarda. Mais frutado e pronto que o 2010.
Nota: 90 pontos
Angelica Zapata Merlot 2009, Bodega Catena Zapata, Mendoza-Argentina (Mistral, www.mistral.com.br).
Rubi escuro violáceo. Aroma intenso e fresco, de fruta madura bem delineada, casada com madeira que sabe seu lugar, notas de amoras, alcaçuz, baunilha, violetas. Paladar de bom corpo, taninos dices, finos e jovens, boa acidez, 14% de álcool. Conjunto muito bem elaborado, equilibrado e com potencial para chegar a seu 10o aniversário .
Nota: 90 pontos
L'ecole N°41 Merlot 2008, Michelle Wine Estates,Columbia Valley-EUA (Mistral, www.mistral.com.br)
82% Merlot , 12% Cabernet Franc, 4% Petit Verdot e 2% Malbec. Amadurece 18 meses em baricas americanas e francesas, 30% novas. Cor vermelho rubi escuro. Aroma frutas negras maduras, amoras, ameixa, geléias, madeira, baunilha, café, cedro, couro, terra molhada, defumados. Paladar de médio-bom corpo, com textura aveludada, bons taninos, doces, finos e ainda presentes, 14,5% de álcool, longo. Ótimo conjunto, delicioso .
Nota: 90 pontos
Má Partilha Merlot 2009, Quinta da Bacalhoa, Setúbal-Portugal (Portus
Cale, www.portusimportadora.com.br)
Um já traidcional Merlot português, criado nos anos 1980. Rubi-granada escuro. Aroma intenso, com bons tostados, frutas negras maduras, especiarias, nota erbácea. Paladar de bom corpo, taninos presentes, boa acidez, madeira aparece, quente, com14% de álcool, longo. Bom conjunto, com bela estrutura, estilo velho mundo, gastronomico, pedindo comida .
Nota: 88 pontos
Château Les Haut-Conseillants 2007, Lalande de Pomerol-Bordeaux-França (Cantú, www.cantuimportadora.com.br)
Rubi escuro violáceo. Aroma de boa intensidade, fresco e frutado,com notas de grafite, terra molhada. Paladar de médio corpo, taninos finos ainda presentes, acidez equilibrada, média persistência. Jovem, fresco e pronto, com ótima tipicidade de Bordeaux, de uma safra precoce, pronto para beber .
Nota: 88 pontos
Chateau Ste Michelle Merlot 2011, Chateau Ste Michelle, Columbia Valley-EUA (Wine Brands, winebrands.com.br R$ 178).
Elaborado com 94% Merlot, 2% Cabernet Sauvignon, 2% Syrah, 1% Malbec e 1% Petit Verdot, com 14 meses em barricas francesas e americanas 30% novas. Cor rubi escura com reflexos violáceos. Aroma frutado, com notas florais, madeira discreta e bem casada. Paladar de médio-bom corpo, taninos doces e macios, acidez equilibrada. Um Merlot com tipicidade, fácil de beber, delicioso.
Nota: 88 pontos
Alios de Sainte-Marie 2006, Hauts de Sainte Marie, Bordeaux-França (Vinci, www.vinci.com.br).
Da AOC Premières Côtes de Bordeaux. Feito com 78% Merlot, 17% Cabernet Sauvignon e 5% Petit Verdot, com 12 meses em barricas 1/3 novas. Rubi-granada entre claro e escuro. Aroma de boa intensidade e complexidade, com madeira, especiarias, musgo, tabaco, cacau amargo. Paladar de bom corpo, com taninos firmes, 13,5% de álcool, boa acidez. Estilo tradicional de Bordeaux .
Nota: 87 pontos
Torii Merlot 2010, Hiragami, Santa Catarina-Brasil (Hiragami, www.hiragami.com.br).
Rubi escuro violáceo. Aroma de intenso frescor balsâmico, ervas frescas, frutas negras frescas, amoras, cerejas, madeira discreta. Paladar de médio-bom corpo, ótima acidez e frescor, taninos ficos e secos, apenas 11,5% de álcool. Um merlot delgado, vibrante, elegante e gastronomico .
Nota: 87 pontos
Luiz Argenta Merlot 2009, Flores da Cunha-RS-Brasil (www.luizargenta.com.br)
Rubi muito escuro com reflexos entre rubi e granada. Aroma denso, intenso, com boa concentração de frutas negras maduras, cereja, ameixa, madeira, baunilha,especiarias, nota herbácea bem presente. Paladar encorpado, taninos doces, 13% de álcool, acidez e persistencia moderadas, nota agradável de amargor no fim de boca .
Nota: 87 pontos
Casa Geraldo Merlot 2012, Casa Geraldo, Andradas-Minas Gerais-Brasil (www.casageraldo.com.br).
Rubi quase escuro violáceo. Aroma intenso e fresco, de fruta madura, com notas de especiarias e nota erbácea. Paladar de médio corpo, taninos doces, acidez equilibrada, 12,8%
de álcool, longo e grastronomico. Boa surpresa .
Nota: 87 pontos
Queulat Merlot 2010, Viña Ventisquero, Valle del Maipo-Chile (Cantu, www.cantuimportadora.com.br)
Rubi escuro violáceo. Aroma de madeira nova, baunilha, coco, fruta madura, caramelo, ervas. Paladar de médio-bom corpo, taninos presentes, madeira aparece na boca, 14% de álcool, acidez equilibrada, tem boa presença e conjunto .
Nota: 87 pontos
Château La Grace Dieu des Prieurs 2008, Laubie-Prach, Saint-Émilion, Bordeaux-França (Mistral, www.mistral.com.br)
90% Merlot, 10% Cabernet franc, com estágio e carvalho francês novo e de segundo uso por 18 e 24 meses. Cor rubi-granada entre claro e escuro. Aroma de bom ataque,com notas doces, de geléia, cerejas, especiarias e couro. Paladar de médio corpo, boa acidez, 13,5% de álcool, boa tipicidade e conjunto equilibrado e gastronomico .
Nota: 86 pontos
Passport Saint-Émilion 2011, Barton & Guestier, Bordeaux-França (Interfood, , www.todovino.com.br).
Vermelho rubi violáceo entre claro e escuro. Aroma fresco e frutado, com notas de ervas, tostados e de frescor mineral. Paladar de leve a médio corpo, com taninos secos, boa acidez, com 12,5% de álcool. Um tinto leve egastronomico, com caráter bordalês .
Nota: 86 pontos
Cru Monplaisir 2011, Gonet- Médeville, Bordeaux-França (Decanter, www.decanter.com.br )
75% merlot, 20% cabernet sauvignon e 5% cabernet franc, 10% do volume passa por madeira
Rubi granada entre claro e escuro. Aroma de boa intensidade, com frutas negras frescas, notas vegetais, especiarias, alcaçuz, minerais e uma nota animal. Paladar de médio corpo, 13% de álcool, taninos prontos, acidez equilibrada, gastronômico e pronto para beber .
Nota: 86 pontos
Selección del Directorio Merlot Gran Reserva 2011, Santa Helena, Valle de Calchagua-Chile (Interfood, www.todovino.com.br).
Vermelho quase escuro rubi violáceo. Aroma de madeira bem presente e bem integrada às frutas bem maduras, notas balsâmicas e de couro novo, álcool aparece um pouco no nariz. Paladar de médio corpo, quente, com 14% de álcool, acidez moderada, taninos ainda levemente presentes, agrada fácil .
Nota: 85 pontos
Tabalí Reserva Merlot 2012, Viña Tabalí, Santiago-Chile (World Wine, www.worldwine.com.br)
Rubi escuro violáceo. Aroma fresco, denso e elegante, de frutas maduras, madeira, especiarias. Paladar de médio-bom corpo, taninos doces, boa acidez, 14,1% de álcool, longo, conjunto bem integrado, boa tipicidade da casta e região, boa compra .
Nota: 85 pontos
Ventisquero Merlot Reserva 2011, Viña Ventisquero, Valle del Maipo-Chile (Cantu, www.cantuimportadora.com.br)
Vermelho rubi entre claro e escuro violáceo. Aroma doce, intenso, com fruta madura, baunilha, herbáceos. Paladar de leve a médio corpo, taninos macios, acidez equilibrado, 13,5% de álcool, simples, fresco e fácil de beber .
Nota: 83 pontos
Indomita Merlot 2013, Viña Indomita, Vale Central-Chile (Barrinhas, www.barrinhas.com.br)
Rubi claro. Aroma frutado, de boa intensidade de fruta doce e nota vegetal. Paladar de medio corpo,taninos doces, acidez baixa, 13% de álcool, macio, agradavel e frutado .
Nota: 83 pontos
Botalcura Codorniz Merlot 2012, Bodega Botalcura, Maule-Chile (St Marche, www.marche.com.br).
Rubi entre claro e escuro violáceo. Aroma intenso e frutado, com frutas e nrgras e nita herbácea bem aparente.Paladar de médio corpo,taninos doces, 13,9% de álcool, acidez equilibrado, agradavel .
Nota: 82 pontos
Lovara Merlot 2012, Bento Gonçalves-Brasil (www.cantuimportadora.com.br)
Rubi entre rubi e granada entre claro e escuro. Aroma de medio ataque, delicado, fresco, frutas vermelhas frescas. Paladar seco e leve, taninos prontos,13% de álcool, simples, fresco e gastronomico .
Nota: 81 pontos